sexta-feira, 23 de março de 2012

Enfimnovamenteeuaqui

E deliberadamente você começa a sofrer calado, naquela ânsia hesitante e medonha de querer desabafar e não poder. Teus olhos dizem o mundo, mas a boca permanece intacta. As tais águas de março fecham mais um verão, as aves continuam seu ciclo pelo céu e as folhas das árvores tendem à queda. E nosso amor¿ Incerto, sempre incerto. Pesado, leve, sinuoso, reto, buarqueiro. Um toque de alguém, uma cena inacabada. Medos encurralados como a psicologia psicótica “pseudolegal” de Clarice Lispector. Amor gostoso é aquele ao som de Elis e Tom Jobim, ao som de Chico Buarque num toque de prazer instigante míster à doçura das melodias lentas, cantaroladas em simples versos. Um petisco sobre a mesa e uma dose de aventura. Desencontros; o fim que dará à vida um novo começo, uma nova felicidade. Um gosto de outros lábios ávidos e quentes, olhos umedecidos e brilhantes de atenção. Dará ao outro lado da mesa vazio uma companhia, um novato reconhecimento da existência de almas que se cruzam.   

domingo, 15 de janeiro de 2012

A graça de Deus

Hoje deu vontade de falar sobre a graça de Deus. Não é difícil escrever sobre, sendo eu tão pequena e entendendo tão pouco das coisas. Longe de fanatismos, medos e superstições, sentir a graça de Deus nos guiando, acolhendo com Suas asas e traçando o caminho de nossas vidas tem que ser mais do que irmos à igreja e agradecer por isso. Me deparo com muitas pessoas "cristãs" na palavra e não nas atitudes. Ontem ouvi uma frase bacana, de um senhor que conheci. Disse: Nós hoje em dia precisamos de carro, ônibus; alguns, até avião. Mas nós, cristãos, não dizemos ter que seguir o mandamento de Jesus Cristo? O problema está em dizer. Quantas vezes Jesus andou, passou fome, sofreu tentações e NUNCA abandonou ninguém? Sempre amou, perdoou e o principal: SORRIU. Na Bíblia diz: O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate. Só que ELE nunca se abateu. Andou centenas de léguas realizando milagres e hoje você tem preguiça de ir à padaria. Tem preguiça de dizer um bom dia, Deus te abençoe. Tem vergonha de tudo o que vem de Deus. É tão fácil escrever a respeito de qualquer tema, até aquecimento global, mas quando se trata de religiosidade (não religião), aí fica difícil. Aí ninguém se interessa em ler, em ouvir. É preferível ficar no vídeo-game ou assistindo. Só que na hora do socorro, quem vai te ajudar? Os homenzinhos do vídeo-game? A mulher "boa" da televisão? Não. O primeiro que você pedirá ajuda será de Deus, e Ele sempre misericordioso, sempre à sua espera. Tantas vezes o ignorou, e Ele sempre estendendo suas mãos, o acolhendo com Sua graça. E mais uma vez, para que a graça seja aceita é necessário o arrependimento, a confissão da culpa. É tão pouco o que Ele pede, e para nós, seres falhos parece tão difícil... É aí que a união faz a força. Ele manda um amigo, parente, namorado ou qualquer outra pessoa pra te ajudar e confortar nos dias de dor, sendo esta usada por Ele, pra te proteger e amparar. E então o medo acaba, a dor diminui e o sorriso volta ao rosto. É Ele quem faz os planos, dita as regras.   

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

RECIPROCIDADE

Eu quero reciprocidade. Eu quero amor. Eu dou amor, eu sou amor... Eu quero amor. Preciso dele no meu sono, nos meus afazeres. Eu respiro amor. Respiro carinho, vontade, desejo. Só não gosto de respirar falta. Não gosto de sentir ausência, de sentir incompreensão. Não gosto não. Amar e querer ser amada é mais que o normal de se esperar,  RECIPROCIDADE . Preciso de um kit de primeiros socorros "românticos": curativo para o coração, uma dose de bom humor com pedaços de bondade. Um mertiolate que não arda, como o amor faria para desinfetar. E muito carinho para que não doa a ferida aberta. Uma ligação para os pontos serem fechados e a cicatrização começar. Um beijo e um abraço para voltar a andar. Um sorriso para a alimentação ser perfeita. Um bom dia para o cérebro funcionar direito. Um "eu preciso de você" para não dar depressão. Um: EU TE AMO pra tudo ficar estável. RECIPROCIDADE, RECIPROCIDADE. Receber é bom, fazer também. Mostrar que gosta tem várias maneiras de se fazer... Mas a principal delas é diferenciar a relação amizade para a relação: amizade-amor-vontade-estar junto-sentir ciúme-sorrir-chorar-entender. 

sábado, 7 de janeiro de 2012

Para Bruno Medina e Sharon Acioly! - LEIAM POR FAVOR!



Venho aqui debater o que ocorreu com o Bruno Medina - músico dos Los Hermanos.

Tanto pra ele, quanto para a Sharon Acioly, só um pequeno recado:



Sharon Acioly - "Fui criada ouvindo Djavan, Elis Regina, Cauby Peixoto, João Gilberto, Gal, Gil, Caetano e Betânia."

Bruno Medina – “Na época em que Anna Júlia foi lançada, ao menos, não havia Youtube, o que certamente poupou nossos detratores da infindável proliferação de clipes da música, protagonizados por bêbados gregos dançando em Ibiza ou por italianos solitários cantando o refrão pegajoso em frente a webcam.”



Eu sou o tipo de pessoa que ama MPB, Rock e afins para ouvir. Músicas com conteúdo e letra, que falam da época ditatorial, da realidade que foi e é nosso país, etc.
Mas o fato de gostar de dançar, pular e me divertir significa então que sou uma alienada e não possuo conteúdo e maturidade suficientes? Errado. As pessoas podem livremente se divertir e pensar em questões políticas, sociais e culturais. Isso vai depender da educação que cada um teve dentro de casa, não do estilo musical. Vai depender do quanto estudou e interagiu/interage com a sociedade. Você é as atitudes que têm, e não as músicas que ouve ou dança. Ridícula toda essa fútil discussão enquanto nosso país mergulha numa corrupção sem fim e a cambada finge não perceber e fica debatendo merda.

Por um acaso as músicas de vocês mudarão a fome, o tráfico de drogas, a corrupção e a desigualdade social? Se mudar, me avisa pra que eu comece a criar porcarias também ao invés de me preocupar com o futuro do país.


E a propósito: Por que então, se estão se doendo tanto (e criando status na mídia por isso) não pegam uma boa porcentagem do dinheiro que ganham e dão ao pobres? Ou vão prestar algum serviço social? Óbvio que "perder tempo" fazendo isso vocês não querem, não é? Bando de tolos!



terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Luiz Fernando Veríssimo

Eu tomo um remédio para controlar a pressão. 
Cada dia que vou comprar o dito cujo, o preço aumenta.
Controlar a pressão é mole. 
Quero ver é controlar o preção.
Tô sofrendo de preção alto. 

O médico mandou cortar o sal. 
Comecei cortando o médico, já que a consulta era salgada demais. 
Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico. Sério!
Não sei mais o que é real.
Principalmente, quando abro a carteira ou pego extrato no banco.
Não tem mais um Real. 

Sem falar na minha esclerose precoce. 
Comecei a esquecer as coisas:
Sabe aquele carro? Esquece!
Aquela viagem? Esquece!
Tudo o que o presidente prometeu? Esquece! 



Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time: - nas últimas.
Bem, e o que dizer do carioca? 
Já nem liga mais pra bala perdida...
Entra por um ouvido e sai pelo outro.

Faz diferença... 

"A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo"



segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

“Amor é prosa, Sexo é poesia.”

Imaginei um ritual. Perfumei a casa e cantarolei animadamente. Ao anoitecer ele viria. Preparei flores, velas, aromas afrodisíacos. Coletâneas de músicas românticas e outras instigantes, que inspiravam atração.
Já no banho, depilação feita, cabelo hidratado e lavado. Unhas pintadas, pele esfoliada. Lingeries de tom vermelho-rubi. Maquiagem... Não muito carregada, apenas ressaltando meus olhos castanhos sem graça e lábios rosados. Brincos, colar e anel, ok. Camisola de cetim rendada, confere. Cabelo seco, escovado. Casa em ordem.

-Meia hora.

-Quinze minutos.

-Cinco minutos.

-Um minuto e meio.

-Zero minuto.

A campainha toca. O seu cheiro Egeo invade a sala me causando arrepios e dores gostosas nas têmporas. A mão sua frio, o coração pulsa frenético – como ele é perfeito, que sorriso charmoso! Os olhos... Ah... Avassaladores!

Pegou em minha mão, trazia rosas com um cartão na outra. Entregou-a para mim delicada e pretensiosamente. Sorriu. Encostou seu rosto ao meu, hálito quente, respiração ofegante. Nossos lábios juntaram-se com um magnetismo que só existia naquele beijo: quente, macio, extasiante.
Lentamente me arrastou aos aposentos do quarto levando sua mão à minha cintura. Apaguei as luzes...


...



Recostei-me. Eu não conseguia explicar o que sentia. Amor, desejo, paixão. Lembrei-me a música da Rita Lee: “Amor é prosa, Sexo é poesia.” E ali, converti ambas em crônica, conto ou qualquer outro gênero textual.
"Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema..."
Nossos corpos entrelaçados num só. Seria assim para sempre, era o que eu desejava. Era o momento homem-mulher, mulher-homem, amadurecimento, frenesi. A junção de almas gêmeas. O auge da existência. Mãos indistintamente tocando costas, ombros, pescoços que se roçam, acariciados. E mais uma vez, o amor imperando... Restaurando a dúvida, o medo, repelindo a maldade. Trazendo o melhor de si, a hora do gran finale.