terça-feira, 30 de maio de 2017

DOIS PEDAÇOS DE MIM - PARTE 2

..."CONTINUAÇÃO DE PASSAGENS DA VIDA - GRAVIDEZ."




Voltei a trabalhar quando a Débora tinha 3 meses e já estava recomposta quando com apenas 2 semanas de volta ao trabalho e minha princesa já numa escolinha, pega bronquiolite. Eu nunca tinha ouvido falar a respeito então pensei ser um resfriado até que a situação se agravou ao ponto dela ficar com parada respiratória e parar na UTI; e novamente por um erro médico (porque no pronto atendimento o médico falou que o pulmão dela estava limpinho), lá estava eu encarando meus maiores medos e o espírito da morte rondando a minha filha. Esmoreci. Falei com o diretor e minha chefe que são pessoas muito legais, saí. Filhos em primeiro lugar, negócios Deus prepara no tempo Dele. Eu estava sem chão em ver a minha filha sendo furada de todos os lados, judiada, toda entubada e no oxigênio. Seus olhinhos pediam socorro e eu não podia fazer nada por ela; e de novo estava eu orando a Deus que fizesse Sua vontade. Eu, naquele leito orei e me senti como Abraão quando entregou Isaque em Suas mãos. Sua vontade foi dar a ela o sopro de vida e revigorá-la em uma semana; dali em diante minha caminhada foi longa, ela ficou com a saúde um pouco abatida mas se recuperou. Sem contar que é tão inteligente que pegou trauma de médico por conta de tudo o que já passou em 1 ano e meio de vida. Depois de tudo o que tinha passado em 3 meses de maternidade resolvi que nunca mais queria ter filhos e me preveni de tudo quanto é jeito... Mas ao completar os 7 meses da Débora descobri que estava grávida novamente. Como eu desejei que aquilo não fosse real, não queria, tive muito medo. Chorei dias pensando que morreria. Gravidez de risco por ser em um tempo tão pequeno e devido a tudo o que passei o trauma se alojou em mim, mas foi uma gravidez serena, não passei mal e nada de aparecimento de espírito da morte ou pesadelos. Consegui conciliar Débora, bebê na barriga, marido, casa etc. Nem parecia estar grávida. Programei a cesárea para o dia 21/03/2017, quando meu meninão resolveu se antecipar. O tampão rompeu no dia 20/03/2017. Eu corria risco de morte porque meu útero estava inflamado e muito fino já que eu tinha uma cesárea muito recente, tive risco de ruptura uterina. No hospital ao ser internada tive a notícia que o bebê tinha engolido muito mecônio e a cesárea foi às pressas. Ocorreu tudo bem; nada de anemia, nada de estar sozinha... Mãe presente ao meu lado em tudo. Muito feliz, radiante por saber que Deus estava ali, me guardando. Samuel chega aos meus braços, minha segunda felicidade e maior amor do mundo. Lindo e gordão. Vamos para o quarto, amamento sem dor porém o leite não desce. Felicidade dura pouco tempo, quando na manhã seguinte ao tê-lo, minha preciosidade começa a chorar sem parar e fica em estado de cianose; seus pés e mãos ficam azuis e a respiração extremamente ofegante (do nada porque quando nasceu estava bem); não consegue sugar o peito e nem a fórmula; não era fome, não era cólica. E o que eu mais temia estava bem à minha frente se repetindo: meu filho à beira da morte! As enfermeiras o levaram no mesmo instante para a UTI. Diagnóstico? Ninguém tinha. Explicação? Ninguém tinha. Foi entubado de todas as formas possíveis; colocaram cateter nele e perfuraram sua medula espinhal. Tão guerreiro como a irmã mas com apenas 1 dia de vida já se via quase morto. Com 2 dias de internação eu oscilei, passei a acreditar que Deus o levaria. Os médicos não descobriam o que estava acontecendo e ele só piorava; seu abdômen estava rígido e seu peito inchado; seus olhos enormes que não conseguiam nem abrir. Ele estava com aparência fatal. Como sofri... Desejei morrer para não ver meu príncipe naquele estado. Ali estava novamente como ABRAÃO. Só que meu Deus não é um Deus de engano. Ele cuida daqueles que O buscam. No quarto dia sua melhora foi milagrosa e claro só o dedo de Deus para aquilo acontecer. Já mamava, abria os olhos e reconhecia as vozes. Saiu dos tubos, já respirava sozinho. A felicidade tomou conta de mim e meu esposo. No dia seguinte, como que por um milagre mesmo deram alta a ele e só para ressaltar, geralmente dão alta da UTI para o quarto mas com o meu guerreiro foi diferente: veio direto para a casa e com um aspecto de um bebê que nem havia passado por tudo o que passou em 5 dias. Hoje está com 2 meses e 11 dias; é muito esperto, já sorri muito, fala “angú” e já tenta sentar. A Débora tem 1 ano e meio e ama seu irmão (extremamente carinhosa); é matraca igual a mãe e me ajuda demais pela idade que tem; e nesses 2 últimos anos aprendi muito sobre o amor, sobre a fé e a perseverança em Deus; Ele não nos deixa em nenhum momento e se faz passarmos por provas assim é porque lá na frente pessoas precisarão de nós. Que Sua vontade seja feita sempre, amém!


terça-feira, 19 de julho de 2016

Passagens da vida - gravidez

Eu vim relatar meu livramento dado por Deus.
Em meados de Abril de 2015 descobri que estava grávida. Relutei pela notícia já que havia acabado de me formar e tinha tantos planos. Mas logicamente que o amor já crescia e a ansiedade também. Esposo desempregado, cheia de dívidas bateu o desespero. Espiritualmente falando muitas coisas começaram a acontecer e enfim sabia que aquele bebê em meu ventre era uma grande promessa de Deus. Sentia arrepios em casa e sonhei com moscas e o espírito da morte. Dois dias depois emanava larvas de moscas por toda parte da minha casa, eram muitas... Algo que nunca tinha visto antes e como amo limpeza fiquei horrorizada ao vê-las. Achei que pararia aí, mas não. Em junho a mesma cena se repete e novamente eu sonhei. Ressaltando que todas as vezes pessoas pediam para orar pela bebê. Passei mal a gravidez toda, fui afastada do serviço, humilhada por quem menos esperava mas busquei muito ao Senhor e Ele sempre me respondia. Eu precisava passar por tudo aquilo. Achei que as coisas se acalmaram, quando chegou novembro. O mesmo sonho. Só que agora via meu marido jogado ao chão e eu tentava clamar a Deus e expulsar o espírito da morte mas minha boca estava travada. Fui guiada por Deus a pedir um ultrassom ao médico sem razão aparente... e eis mais um acontecimento: meu líquido amniótico estava quase seco e não tinha rompimento de bolsa ou sequer vazamento. Fui internada com gravidez de risco e sem entender ou sentir dor alguma. Era para continuar lá e ter a Débora já que eu estava de 37 semanas. Meu líquido foi reposto e voltei para casa em 1 semana, repouso absoluto. Mas não acabou aqui. Sonhei de novo e veio um cheiro muito forte de enxofre no quarto, meu esposo também sentiu e nos arrepiamos. Oramos e fiquei mais calma mas em meu coração algo me inquietava.
Chegou o grande dia! Ia ver o lindo rosto da minha princesa: 09/12/2015. Tive 9cm de dilatação, tudo muito tranquilo. Os médicos me fizeram tentar parto normal (só que a bebê já havia feito cocô dentro de mim e não me falaram nada). Ela sobe, o coração quase parando. Cesárea de urgência. Não me limpam... Vou para o quarto, passa o efeito da anestesia e uma dor insuportável (e olha que sou muito resistente a dores). Sangro sem parar, parecia uma torneira jorrando sangue. Sentia como se tivesse ainda um bebê em mim pelo peso da barriga. Continuava tendo contração mesmo depois da cesárea. Cinco trocas de lençol, contrações de 3 em 3 minutos. Perda de sangue. Fraqueza total a ponto de não conseguir pegar minha filha no colo e sozinha no quarto, não tinha acompanhante. A médica plantonista me examina e fala que é normal o sangramento, me dá oxitocina o que piorou meu estado. Ao amanhecer, já pedia perdão a Deus e senti fortemente que Ele me levaria. Eu vi a morte me tragando, minha sogra quase morre ao me ver e meu marido em desespero pela nova situação com sua mãe. Foi quando a voz de um anjo (meu médico de pré-natal) fala ao corredor. Ouvi bem longe... As enfermeiras: "Não, o doutor Marcel não está aqui. Não é plantão dele hoje." E eu insisti para procurarem pelo mesmo. Minha cunhada Andréia essa hora chega assustada ao me ver. O doutor entra no quarto e me reconhece. Faz os mesmos exames que a médica anterior e fala que meu útero está subindo e quase no estômago. Me pede pra ser forte... Eu não conseguiria sem ele e a Andréia. Deus os enviou na hora certa ali. Ele aperta minha barriga e saem muitos coágulos de sangue. Eita dor infernal! Logo que acabou, o alívio foi grande. Já consegui levantar, pegar minha bebê no colo. Muita fraca, tive anemia profunda. Não conseguia amamentar pela fraqueza. 
Daí o passo dois. Os preconceitos, a "depressão pós-parto" que acharam que tive. 
Ao ir para casa sofri muito. Muitos julgamentos. Eu estava anêmica, sem forças. Já tive histórico de depressão no passado e depois de tudo ela queria voltar. Precisei ser forte... sentia-me incapaz de cuidar da Débora e só queria chorar por não poder amamentar e ninguém entender que eu não tinha leite e que amava muito a minha filha. Vi no celular de meu esposo uma mensagem de uma pessoa que amo muito falando pra ele não deixar a Débora comigo. Isso me matou por dentro. Foi outra experiência com Deus, porque depois de tudo o que passei, não pegava a Débora no colo de fraqueza, não tinha leite e com anemia... Como que eu ia amamentar?    Minha mãe, minha sogra, minhas cunhadas falaram que não é porque não amamentaria que amaria minha filha menos. Eu só queria um abraço, um "vai dar tudo certo."
E deu. Em janeiro venci meus medos e sabia que era capaz graças a muitas orações e saber que o tempo todo o inimigo quis me tragar de algum jeito. Minha mãe me deu forças quando fui pra casa dela. Me fez mulher e mãe. Eu venci a morte, a depressão e os preconceitos. Venci os achismos e criei coragem de saber que só eu poderia discernir o que era melhor pra mim e minha filha. Tenho a certeza de que não a ter amamentado não me faz menos mãe. Eu a amo mais que tudo na vida, abaixo de Deus é claro. E ela será sempre meu milagre, Débora💜a minha profetiza.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Jesus, meu guia é

Tem horas que é necessário deixar que Deus tome totalmente a direção de nossas vidas, a ponto de pensar que não há saída, não há para onde correr. Ainda que a frustração venha, que o medo e a angústia venham tirar a paz que Deus te dá, que você assim como eu (pessoas feitas de carne e osso), precisamos entender que é possível sentir paz em meio à guerra. Apesar do coração pulsar forte, doer a alma e a vontade de parar que o inimigo nos lança ser iminente, é necessário vencer barreiras todos os dias, com coragem, fé e foco. O amor de Cristo nos ensina a sermos pessoas determinadas, racionais e altruístas. O amor de Cristo se propaga em um coração disposto a recebê-lo, estando este contrito e quebrantado.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

"Aumenta minha fé, revela quem és"

"Aumenta minha fé, revela quem és". A partir deste trecho quero iniciar meu 2015. Reviver um dos dons que Deus me deu, o de escrever. Aqui está apenas o fechamento deste ano. Agradeço a Ele pelas alegrias, tristezas, dificuldades, contratempos e pelo seu imenso amor. Em nenhum dos meus pecados me desamparou e sim, foi misericordioso. Deus não é um Deus que castiga, que briga e nos deixa a cabresto. É educado, bondoso, digno de todos os adjetivos. Não nos faz pecar, nos dá o livre arbítrio. Ainda assim nos ama e confia em nós.
Quero deixar essa mensagem a você, que passou um ano com barreiras. Que um milagre natalino possa acontecer em sua vida, basta ter fé (que é uma escolha, uma planta com raiz profunda, precisando ser regada até à mente, não apenas ao coração. "Fé é ter olhos pra enxergar quando quase ninguém vê", daí brota o milagre).
Você que chegou até aqui, já vive milagres diários. Livramentos de assaltos, de doenças, da fome, da miséria. Seja grato, todos os dias. Sê grato a cada segundo que se pode respirar, que se pode chorar, enxergar, andar, falar.
Deus nos dá a porção que precisamos, a porção do dia, que sustenta, que mantém a humildade cristã, de nosso maior exemplo: Jesus, conforme Provérbios 15:33 - "O temor do Senhor ensina a sabedoria, e a humildade antecede a honra." O temor é sinônimo de amor, de proteção. Antecede a honra, a vitória. Ter e não ser não basta para Deus. Vamos mais ser do que ter, do que parecer; vamos realmente viver. Se quisermos ajudar, doar ou aconselhar, que seja de coração, sempre. 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A flor que brota no asfalto

Acordar cedo, levantar e trabalhar com o céu ainda escuro é o que mais se vê pelas estações ferroviárias e terminais rodoviários. As pessoas são reconhecidas por números em vez de seus nomes: R.G., C.P.F., R.A., C.N.H., REGISTRO TRABALHISTA e afins. Humanos são raros, existem atualmente ROBÔUMANOS; no sentido figurativo de atitudes robóticas em auxiliar alguém necessitado ou também pelos que têm uma vida mecanizada: trabalho, casa, dinheiro, dívida, estresse e doenças.
A janela está aberta nitidamente para que todos vejam: desigualdade social, desvio de verba, agressão ao meio ambiente,violência aos idosos e às crianças, relações familiares esquecidas (como um casamento duradouro, filho que o respeita pai ou um almoço com todos reunidos à mesa)... Mas não é hora de pingar o colírio nos olhos para desembaçar a visão? No Brasil, crianças são vendidas e traficadas pelos próprios pais a troco de dinheiro ou até mesmo para se livrarem daquelas; meninas se prostituem para sustentar a família com o que ganham. Ainda existe luz no fim do túnel? Particularmente hoje, a sociedade brasileira no se que refere à ESCOLHA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO é um paraíso - política, econômica e socialmente comparado ao período da Segunda Guerra Mundial e à Ditadura Militar.
Em o “Grande Ditador”, de Charles Chaplin, é citada a necessidade dos sentimentos humanos, do resgate de SER HUMANO. Ao se deparar com a Segunda Guerra Mundial, fez o filme implicitando com humor críticas sociais intensas. E o que 1939 a 1945 (Europa) tem a ver com 2013(Brasil)? Tudo, quando o assunto é o desejo de alterar o futuro do país.
Na Segunda Guerra Mundial, na Ditadura Militar no Brasil e no Fascismo de Mussolini, as pessoas eram reprimidas e obrigadas a viver tudo o que remetia ao Governo Militar Autoritário. Sequer pensasse em manter uma sociedade livre de preconceitos, sem “raças perfeitas”, cada um vivendo na sua diferença, comunista ou anarquista haveria tortura, campos de concentração de gás e muitas mortes de inocentes. Chaplin, em seu filme, acima de tudo prega a esperança, a fé (inserindo até um trecho bíblico de S. Lucas, cap. 17, onde a fé é relatada como a salvação de tudo) como se pode ver nesta parte de seu discurso: “Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram, há de retornar ao povo.” E retornou.
Porém, não bastará apenas a demagogia de uma sociedade democrática, contudo é necessário que todos se unam e com amor àquilo que se chama VIDA façam protestos a favor de aumento de salário, melhor educação, saúde, transporte público, qualidade de vida física, mental e emocional, trabalhos mais humanos e artísticos, até mais valorizados porventura em penitenciárias (porque a arte também pode transformar e abrir horizontes). Seres humanos não são insignificantes; são racionais, sentem e pensam e em se tratando do Brasil, são livres. Para incitar a evolução e a eficácia de uma sociedade, é necessário resgatar o amor ao próximo e nas pequenas coisas há muito esquecido. Retomar ao princípio de que humanidade não é ser chefiada ou liderada sem um porquê, mas sim compartilhada. A base inicial é nas escolas; lutando para que o educando possa mudar a visão e o educador volte a amar aquilo que estudou para fazer: ENSINAR. Precisará da audácia e ousadia de enfrentar o desconhecido (sobretudo, os alunos mais necessitados e com problemas familiares) e mesmo que haja obstáculos não desistir no primeiro, prosseguir até que a missão esteja cumprida e enxergar como Drummond uma flor brotar no meio do asfalto, descrito no poema “A Flor e a Náusea”.


sábado, 5 de janeiro de 2013

2013, que veña 2013!

"E pense no certo, no errado e no ponderado."
Boa noite, ou melhor: boa madrugada. Eu aqui, novamente... Depois de um bom tempo, quase há um ano. Tantas coisas mudam e tantas permanecem imutáveis em nossas vidas. De praxe, é claro que não começaria o ano sem um texto.
Que todos precisam trabalhar, estudar, cozinhar, tomar banho, lavar, enxugar, limpar, isso é fato, isso é normal e rotineiro. Diferente é aquele que passa a ver a vida mesmo com todos os problemas, barreiras e dificuldades com outros olhos. Não foi o ano que mudou. Foi o homem que inventou o ano, inventou datas e impôs esse calendário para que não nos perdessêmos no tempo. Acontece que pode ser 2000, 2012 ou 2013, quem precisa mudar é você. Quem precisa acordar cedo e ir trabalhar ou fazer um arroz pra almoçar, que sorria por ter o que comer ou ter como ganhar dinheiro. Quem tem que sonhar, que seja hoje porque amanhã pode ser tarde. Se tiver que viver, que viva hoje. Se vai ao hospital, peça forças a Deus que Ele sabe de todas as coisas e se isso é uma prova, é pra sua Edificação; não fique tentando consertar o que passou.... Se errou é porque foi necessário para aprender. Siga o trajeto do hoje em diante ultrapassando os muros pelo meio ou pulando-os. Nade contra a maré ou corra contra uma ventarola, mas viva o que precisa antes que o dia acabe, faça; invente. Pinte e borde, alegre-se.
Encha teu jardim de flores e crie ervas daninhas moderadas para ficar esperto. Cobras criadas obedecem os donos.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Enfimnovamenteeuaqui

E deliberadamente você começa a sofrer calado, naquela ânsia hesitante e medonha de querer desabafar e não poder. Teus olhos dizem o mundo, mas a boca permanece intacta. As tais águas de março fecham mais um verão, as aves continuam seu ciclo pelo céu e as folhas das árvores tendem à queda. E nosso amor¿ Incerto, sempre incerto. Pesado, leve, sinuoso, reto, buarqueiro. Um toque de alguém, uma cena inacabada. Medos encurralados como a psicologia psicótica “pseudolegal” de Clarice Lispector. Amor gostoso é aquele ao som de Elis e Tom Jobim, ao som de Chico Buarque num toque de prazer instigante míster à doçura das melodias lentas, cantaroladas em simples versos. Um petisco sobre a mesa e uma dose de aventura. Desencontros; o fim que dará à vida um novo começo, uma nova felicidade. Um gosto de outros lábios ávidos e quentes, olhos umedecidos e brilhantes de atenção. Dará ao outro lado da mesa vazio uma companhia, um novato reconhecimento da existência de almas que se cruzam.