Voltei a trabalhar quando a Débora tinha 3 meses e já estava
recomposta quando com apenas 2 semanas de volta ao trabalho e minha princesa já
numa escolinha, pega bronquiolite. Eu nunca tinha ouvido falar a respeito então
pensei ser um resfriado até que a situação se agravou ao ponto dela ficar com
parada respiratória e parar na UTI; e novamente por um erro médico (porque no
pronto atendimento o médico falou que o pulmão dela estava limpinho), lá estava
eu encarando meus maiores medos e o espírito da morte rondando a minha filha.
Esmoreci. Falei com o diretor e minha chefe que são pessoas muito legais, saí.
Filhos em primeiro lugar, negócios Deus prepara no tempo Dele. Eu estava sem
chão em ver a minha filha sendo furada de todos os lados, judiada, toda
entubada e no oxigênio. Seus olhinhos pediam socorro e eu não podia fazer nada
por ela; e de novo estava eu orando a Deus que fizesse Sua vontade. Eu, naquele
leito orei e me senti como Abraão quando entregou Isaque em Suas mãos. Sua
vontade foi dar a ela o sopro de vida e revigorá-la em uma semana; dali em
diante minha caminhada foi longa, ela ficou com a saúde um pouco abatida mas se
recuperou. Sem contar que é tão inteligente que pegou trauma de médico por
conta de tudo o que já passou em 1 ano e meio de vida. Depois de tudo o que
tinha passado em 3 meses de maternidade resolvi que nunca mais queria ter
filhos e me preveni de tudo quanto é jeito... Mas ao completar os 7 meses da
Débora descobri que estava grávida novamente. Como eu desejei que aquilo não
fosse real, não queria, tive muito medo. Chorei dias pensando que morreria.
Gravidez de risco por ser em um tempo tão pequeno e devido a tudo o que passei
o trauma se alojou em mim, mas foi uma gravidez serena, não passei mal e nada
de aparecimento de espírito da morte ou pesadelos. Consegui conciliar Débora,
bebê na barriga, marido, casa etc. Nem parecia estar grávida. Programei a
cesárea para o dia 21/03/2017, quando meu meninão resolveu se antecipar. O
tampão rompeu no dia 20/03/2017. Eu corria risco de morte porque meu útero
estava inflamado e muito fino já que eu tinha uma cesárea muito recente, tive
risco de ruptura uterina. No hospital ao ser internada tive a notícia que o
bebê tinha engolido muito mecônio e a cesárea foi às pressas. Ocorreu tudo bem;
nada de anemia, nada de estar sozinha... Mãe presente ao meu lado em tudo.
Muito feliz, radiante por saber que Deus estava ali, me guardando. Samuel chega
aos meus braços, minha segunda felicidade e maior amor do mundo. Lindo e
gordão. Vamos para o quarto, amamento sem dor porém o leite não desce.
Felicidade dura pouco tempo, quando na manhã seguinte ao tê-lo, minha
preciosidade começa a chorar sem parar e fica em estado de cianose; seus pés e
mãos ficam azuis e a respiração extremamente ofegante (do nada porque quando
nasceu estava bem); não consegue sugar o peito e nem a fórmula; não era fome,
não era cólica. E o que eu mais temia estava bem à minha frente se repetindo:
meu filho à beira da morte! As enfermeiras o levaram no mesmo instante para a
UTI. Diagnóstico? Ninguém tinha. Explicação? Ninguém tinha. Foi entubado de
todas as formas possíveis; colocaram cateter nele e perfuraram sua medula
espinhal. Tão guerreiro como a irmã mas com apenas 1 dia de vida já se via
quase morto. Com 2 dias de internação eu oscilei, passei a acreditar que Deus o
levaria. Os médicos não descobriam o que estava acontecendo e ele só piorava;
seu abdômen estava rígido e seu peito inchado; seus olhos enormes que não
conseguiam nem abrir. Ele estava com aparência fatal. Como sofri... Desejei
morrer para não ver meu príncipe naquele estado. Ali estava novamente como
ABRAÃO. Só que meu Deus não é um Deus de engano. Ele cuida daqueles que O
buscam. No quarto dia sua melhora foi milagrosa e claro só o dedo de Deus para
aquilo acontecer. Já mamava, abria os olhos e reconhecia as vozes. Saiu dos
tubos, já respirava sozinho. A felicidade tomou conta de mim e meu esposo. No
dia seguinte, como que por um milagre mesmo deram alta a ele e só para
ressaltar, geralmente dão alta da UTI para o quarto mas com o meu guerreiro foi
diferente: veio direto para a casa e com um aspecto de um bebê que nem havia
passado por tudo o que passou em 5 dias. Hoje está com 2 meses e 11 dias; é
muito esperto, já sorri muito, fala “angú” e já tenta sentar. A Débora tem 1
ano e meio e ama seu irmão (extremamente carinhosa); é matraca igual a mãe e me
ajuda demais pela idade que tem; e nesses 2 últimos anos aprendi muito sobre o
amor, sobre a fé e a perseverança em Deus; Ele não nos deixa em nenhum momento
e se faz passarmos por provas assim é porque lá na frente pessoas precisarão de
nós. Que Sua vontade seja feita sempre, amém!