terça-feira, 19 de julho de 2016

Passagens da vida - gravidez

Eu vim relatar meu livramento dado por Deus.
Em meados de Abril de 2015 descobri que estava grávida. Relutei pela notícia já que havia acabado de me formar e tinha tantos planos. Mas logicamente que o amor já crescia e a ansiedade também. Esposo desempregado, cheia de dívidas bateu o desespero. Espiritualmente falando muitas coisas começaram a acontecer e enfim sabia que aquele bebê em meu ventre era uma grande promessa de Deus. Sentia arrepios em casa e sonhei com moscas e o espírito da morte. Dois dias depois emanava larvas de moscas por toda parte da minha casa, eram muitas... Algo que nunca tinha visto antes e como amo limpeza fiquei horrorizada ao vê-las. Achei que pararia aí, mas não. Em junho a mesma cena se repete e novamente eu sonhei. Ressaltando que todas as vezes pessoas pediam para orar pela bebê. Passei mal a gravidez toda, fui afastada do serviço, humilhada por quem menos esperava mas busquei muito ao Senhor e Ele sempre me respondia. Eu precisava passar por tudo aquilo. Achei que as coisas se acalmaram, quando chegou novembro. O mesmo sonho. Só que agora via meu marido jogado ao chão e eu tentava clamar a Deus e expulsar o espírito da morte mas minha boca estava travada. Fui guiada por Deus a pedir um ultrassom ao médico sem razão aparente... e eis mais um acontecimento: meu líquido amniótico estava quase seco e não tinha rompimento de bolsa ou sequer vazamento. Fui internada com gravidez de risco e sem entender ou sentir dor alguma. Era para continuar lá e ter a Débora já que eu estava de 37 semanas. Meu líquido foi reposto e voltei para casa em 1 semana, repouso absoluto. Mas não acabou aqui. Sonhei de novo e veio um cheiro muito forte de enxofre no quarto, meu esposo também sentiu e nos arrepiamos. Oramos e fiquei mais calma mas em meu coração algo me inquietava.
Chegou o grande dia! Ia ver o lindo rosto da minha princesa: 09/12/2015. Tive 9cm de dilatação, tudo muito tranquilo. Os médicos me fizeram tentar parto normal (só que a bebê já havia feito cocô dentro de mim e não me falaram nada). Ela sobe, o coração quase parando. Cesárea de urgência. Não me limpam... Vou para o quarto, passa o efeito da anestesia e uma dor insuportável (e olha que sou muito resistente a dores). Sangro sem parar, parecia uma torneira jorrando sangue. Sentia como se tivesse ainda um bebê em mim pelo peso da barriga. Continuava tendo contração mesmo depois da cesárea. Cinco trocas de lençol, contrações de 3 em 3 minutos. Perda de sangue. Fraqueza total a ponto de não conseguir pegar minha filha no colo e sozinha no quarto, não tinha acompanhante. A médica plantonista me examina e fala que é normal o sangramento, me dá oxitocina o que piorou meu estado. Ao amanhecer, já pedia perdão a Deus e senti fortemente que Ele me levaria. Eu vi a morte me tragando, minha sogra quase morre ao me ver e meu marido em desespero pela nova situação com sua mãe. Foi quando a voz de um anjo (meu médico de pré-natal) fala ao corredor. Ouvi bem longe... As enfermeiras: "Não, o doutor Marcel não está aqui. Não é plantão dele hoje." E eu insisti para procurarem pelo mesmo. Minha cunhada Andréia essa hora chega assustada ao me ver. O doutor entra no quarto e me reconhece. Faz os mesmos exames que a médica anterior e fala que meu útero está subindo e quase no estômago. Me pede pra ser forte... Eu não conseguiria sem ele e a Andréia. Deus os enviou na hora certa ali. Ele aperta minha barriga e saem muitos coágulos de sangue. Eita dor infernal! Logo que acabou, o alívio foi grande. Já consegui levantar, pegar minha bebê no colo. Muita fraca, tive anemia profunda. Não conseguia amamentar pela fraqueza. 
Daí o passo dois. Os preconceitos, a "depressão pós-parto" que acharam que tive. 
Ao ir para casa sofri muito. Muitos julgamentos. Eu estava anêmica, sem forças. Já tive histórico de depressão no passado e depois de tudo ela queria voltar. Precisei ser forte... sentia-me incapaz de cuidar da Débora e só queria chorar por não poder amamentar e ninguém entender que eu não tinha leite e que amava muito a minha filha. Vi no celular de meu esposo uma mensagem de uma pessoa que amo muito falando pra ele não deixar a Débora comigo. Isso me matou por dentro. Foi outra experiência com Deus, porque depois de tudo o que passei, não pegava a Débora no colo de fraqueza, não tinha leite e com anemia... Como que eu ia amamentar?    Minha mãe, minha sogra, minhas cunhadas falaram que não é porque não amamentaria que amaria minha filha menos. Eu só queria um abraço, um "vai dar tudo certo."
E deu. Em janeiro venci meus medos e sabia que era capaz graças a muitas orações e saber que o tempo todo o inimigo quis me tragar de algum jeito. Minha mãe me deu forças quando fui pra casa dela. Me fez mulher e mãe. Eu venci a morte, a depressão e os preconceitos. Venci os achismos e criei coragem de saber que só eu poderia discernir o que era melhor pra mim e minha filha. Tenho a certeza de que não a ter amamentado não me faz menos mãe. Eu a amo mais que tudo na vida, abaixo de Deus é claro. E ela será sempre meu milagre, Débora💜a minha profetiza.