quinta-feira, 31 de março de 2011

E que o amor aprenda a bater na porta antes de chegar invadindo.

E que o amor aprenda a bater na porta antes de chegar invadindo. Ele vem com toda a euforia de um senhor bancando o bom moço e toma lugar. Chega de mansinho, como quem não quer nada e causa um pandemônio, algazarra. Quem ele pensa que é pra ficar aí soltando flechas, unindo pessoas e ser capaz ainda de "platonizar"? É duro na queda, isso sim. Eita sentimento de personalidade esse... Nunca vi igual! Quando ele quer, não contrarie. Na verdade não tem nem como. Você pode estar no trem voltando cansado do serviço ou simplesmente andando na rua... Se ele quiser te "marcar", vem com artilharia pesada e boa pra quebrar. Arrebenta no peito aquele calorzinho, as borboletas começam a tremelicar no estômago e você fica que nem bicho bobo. Daí danou-se! Pimba! Acertou em cheio. Aparece aquele rapaz ponta firme, capaz de assumir um compromisso. Ou aquele que não está nem aí pra nada... Isso acontece também. Esse tal do amor, vou falar! Veio com seus desejos de provocar enjoos, felicidade, tontice aguda e tristeza também. Eu mesma já passei dias sem comer por isso... E olha que dizem que ficamos tristes quando estamos satisfeitos. Ele poderia até ser mais previsível, mais seguro de si... Talvez não teria graça. Imagine já ter certeza que vai achar seu amor? Você não procuraria e nem correria riscos de tentar com outras pessoas. Só que pensando bem, ele é meio egoísta. Faz as coisas do jeito que bem entende. Quem o tem demais e não é correspondido por outra pessoa que não o tem, sofre. Vantajoso ou não, ele faz um espetáculo, mexe seus pauzinhos e consegue o que quer.  
 

terça-feira, 8 de março de 2011

As aparências enganam



Só porque eu usava um chinelo. Eu usava um chinelo e ela um scarpin. Isso diferenciava... Mas poxa, o que isso tinha a ver? A luta de classes. Era só um hospital, pessoas num mesmo estado de emergência e outras precisando de mais atenção. Mas ainda assim, porque ela usava um scarpin e roupa social foi primeiro. Porque é claro, é justamente pela aparência que se mede a necessidade do atendimento médico, não é? É pela aparência que julgam seu caráter, seu conhecimento e sua quantia de dinheiro. Eu poderia ter uma BMW ou um Porsche e estar usando chinelo... E daí? Isso na verdade não importaria, porque eu fui a última a ser atendida. Mais uma vez, é inegável que a aparência é algo extremamente influente nos dias de hoje. Eu só precisava ser atendida e mais pessoas também. Mas o quesito "refinado" importava mais, e importa sempre, é claro. Aprecio sim um scarpin, roupas bonitas e não estou julgando quem usa pois também uso... A questão é que poderia estar andando com roupas rasgadas que eu não mudaria quem sou. Se usasse um Ipanema ou Havaianas, qual a diferença? Os dois calçam meus pés e sinceramente, não interferem em nada nos meus princípios. Mas as pessoas se deixam levar por tal. Julgam mas não olham para o próprio jeito. Uma vez entrei numa loja com minha mãe... Presenciamos uma cena e tanto. Um senhor completamente humilde, vindo de um "sítio", aparentemente "chucro" (como disse a vendedora) queria o jogo de tapeçaria mais caro. A vendedora então o chamou num canto e o humilhou, pedindo perdão e que aquele se retirasse da loja pois causaria um vexame... Porque não poderia pagar. Ele tirou um maço de dinheiro do bolso  - que não era pouco- e só falou a ela: " Minha senhora, não julgue pela aparência. Hoje você teria uma fatura e tanto, mas depois do tratamento que recebi na loja por minha vestimenta, sinto muito, mas nunca mais coloco meus pés aqui." Pois é. As aparências enganam e um bocado sabe? Ele era educado, gentil e refinado. A diferença é que sua vestimenta estava um pouco suja, calçava chinelos e um chapéu de palha. Mas ninguém tinha o direito de julgá-lo por isso. Só que se não tentarmos mudar coisas desse tipo, que parecem comuns aos olhos de alguém que não "critica" a sociedade consumista e alienada em que vivemos, jamais conseguiremos fazer a diferença.    

sexta-feira, 4 de março de 2011

A minha indignação por saber que "É que o de cima sobeE o de baixo desce" é tremenda. Como um país tão rico em recursos naturais, em mistura de etnias tem tanta corrupção? Tanta coisa errada? Poxa! Tantas pessoas sofrem, passam fome, querem algo na vida e não podem ter pelo simples fato de seu STATUS SOCIAL não ser adequado ao que querem, aos seus sonhos. Eu não acho explicação cabível para isso, só aquela que um deputado ganha 26.000 reais enquanto um aposentado COM UM SALÁRIO MÍNIMO tenta criar dois filhos e uma esposa. Que qualquer político a partir do momento que coloca seus pés no Congresso é terrivelmente manipulado e acaba aceitando essas condições... Não refuta nada, nem sabe se impor. E que pra ajudar, se o tenta, é óbvio que se torna criticado "pela máfia" (que é a maioria). Por que tanta injustiça? Por que tanta desigualdade? Eu tenho o ideal de mudar pelo menos algo, de solucionar qualquer problema a esse respeito, mas tem sido difícil conseguir... É como se estivesse de mãos atadas. Não poder fazer nada e ver que o país poderia ter uma educação de qualidade, poderia ter uma taxa menor de analfabetismo e maior igualdade social é frustrante. Dói muito tudo isso!     

terça-feira, 1 de março de 2011

Para uma pessoa muitíssimo especial para mim

Eu não sei como começar este texto sem me emocionar e fazer um breve flash-back da minha infância. Sabe vó,   a senhora é como uma segunda mãe para mim e para todas as pessoas cujas ajudou. Nunca vi alguém tão amorosa, gentil, boa, honesta e com tudo o que simplifica a palavra SOLIDARIEDADE. Não sei como agradecer todo o seu carinho, atenção e dedicação. Tanto que fez e que se doou... Agora está desmoronando aos poucos e deixando um pedaço do meu coração literalmente despedaçado. Talvez sua missão aqui tenha sido essa, minha amada e querida! Ajudar as pessoas e carregar tais fardos. Somos pequenos seres pra tentar entender o que Deus quer de nós... Mas imagino o que Ele tem pra ti! Algo extremamente puro! Mesmo agora à base de morfina, com 82 anos... A senhora não desiste.. é isso que admiro! Apesar de toda dor, todo sofrimento... A fortaleza e a fé em Deus está ali, presente contigo e sei que não desfalecerá. Seu jeito delicado, raro, apaixonante, meigo, sublime, mãezona, preocupada, generosa... Principalmente generosa. A dor que dá aqui no peito de pensar em sua partida é uma tormenta, e de pensar ainda que não posso te ver! Isso dói demais em mim. Quero deixar aqui essa homenagem em seu nome, e dizer que te amo mais que tudo e que Deus vai fazer o que é certo... Ele não falha! Mas por favor, não nos deixe agora!! Por favor! Eu te amo demais, minha linda!

O balanço



O vento soprava manso, levando e trazendo o balanço. Não, ele não fazia isso sozinho... havia uma garotinha também.
Ela chorava e tiritava. Lembrava do quanto era bom ter uma família quando todos se foram e deixaram ela naquela situação. Extremamente só, e com uma boneca de porcelana, sua melhor companhia.
 - Vamos Cathy, empurre o balanço,  força menininha linda. - dizia para a boneca com uma voz tão angelical que quem estivesse ali, presenciando tudo, teria vontade de adotá-la e aconchegá-la ao peito;  falava isso com uma lágrima pequenina, parecendo uma gotinha de orvalho escorrendo em seu rosto delicado e branco.
E sofria muito pelo visto. Não a toquei, não procurei me informar (o que sabia era somente que ela estava órfã)... Vai que ela me achasse uma estranha e fugisse assustada! Preferi tirar uma foto escondida, e deixar um cobertor ao lado da árvore; quem sabe ela o pegaria naquela noite tão fria.
Fiquei observando atrás de um tronco e vi que ela ainda conversava com a boneca; mas avistou o cobertor e um macinho de dinheiro enrolado nele... Pegou, se cobriu e chorou; mas desta vez de felicidade. E adormeceu abraçada na boneca. E o balanço continuava seu percurso mecanizado: ia para um lado, voltava por outro, ia para um lado, voltava por outro.

Alpercatas

Ele andava cambaleando de cansaço com suas alpercatas surradas. Percorria longa e difícil trajetória da sua casa ao centro da cidade. Aquela simples trouxinha nas costas, demonstrando ser um vendedor honesto e paupérrimo com algumas guloseimas a dispor para adocicar o dia amargo. Um dia árduo como qualquer outro, onde a esperança de uma venda mais lucrativa sempre aguçava. Mas as alpercatas poderiam fazer a diferença dessa vez! Agora ele tinha o que calçar e isso era praticamente mágico. 
Ficava no seu ponto comercial: "uma barraquinha de pau-a-pique mirradinha e singela contrastando com o ambiente de fora: uma praça florida, pessoas de vestes luxuosas e criancinhas mimadas tomando sorvetes." Até que não era tão impossível de se vender um pano de prato... Um artesão pobre mas com mãos tão ricas e dotadas! A questão é que o evitavam; sua presença era imperceptível e justamente por isso uma permuta voltando para este dinheiro era quase rara; e quando acontecia, davam mais esmolas fazendo-o sentir-se como um qualquer do que alguém tão raro e especial. E eis que um menino ímpar (ímpar mesmo meus caros!) aparece lá... E com o dinheirinho de seu sorvete (que não era pouco comparado ao dinheiro que o velho ganhava) comprou cinco panos e ainda deu uma caixinha para o senhor:
  - Olha, não interprete isso como uma esmola como todos o fazem... Seu valor é grandioso demais para que uma simples moeda o pague; ou melhor, é realmente impagável; a arte de traçar estas linhas sob a pressão e o preconceito do mundo é rara e indiscutível. Não fale nada; apenas aceite.
O velhinho por sua vez aceitou e literalmente ganhou o dia: tanto no financeiro quanto no emocional. Ele cativou o menino de um modo que não dá pra explicar. Não teve tempo de agradecê-lo pois este saiu correndo em torno de árvores e curtindo sua infância.
Voltou para a casa satisfeito e pensativo... Aquele não foi um dia como qualquer outro. O lucro até que foi pouco, mas o apreço e a auto-estima dele ficaram imensuráveis e cativados por uma pessoinha. E as alpercatas só foram de bom uso porque trouxeram-lhe sorte; o que jamais teria é infortúnios novamente.

A complexidade de Deus

Eu sempre me perguntei o que seria olhar para Deus. Nunca certamente cheguei a uma resposta... Só que me deparando com um pôr-do-sol, montanhas em perfeito verde e árvores de mais variadas cores -até brancas inclusive- eu começo a entender parte disso. Ele é fantástico, diria. Esse Alguém criou flores que conseguem se defender de presas apenas tendo uma cor viva para enganá-las... Um camaleão faz mimetismo com "instinto" de sobrevivência. Ele pensou em cada detalhe. Tudo o que está à nossa volta (exceto é claro as criações humanas) é perfeito, harmônico e lindo demais! Quem teria a capacidade de criar ciclo para as montanhas? Ou de fazer a Terra girar? Ou de fazer um ser pensante que atualmente em vez de agradecer por essas coisas lindas que usufrui e que GANHOU, as destrói como forma de "agradecimento"? Aliás, que se perde no corromper da sociedade... Tanto política, econômica e socialmente. É triste pensar que um cachorro muitas vezes se comporta melhor do que seu dono e ainda é capaz de ter sentimentos maiores, mesmo sendo uma criatura. Só que é gratificante pensar que ainda há seres humanos fazendo obras pelo mundo: ajudando pessoas carentes, lutando por um ideal, querendo acabar com a violência e construir uma sociedade mais justa. Estava outro dia lendo um livro que se chama "Em seus passos, o que faria Jesus?" e tirei muitas conclusões dele. Antes de pensar em ofender alguém, pergunte se Jesus faria isso... Antes de cogitar um assalto ou até mesmo um homicídio, pense se Jesus faria isso... Antes de cair no mundo das drogas só porque é órfão, pense que Jesus mesmo sendo órfão, renunciaria a qualquer coisa que ofendesse ao Pai. Porque um escolhido seu, NUNCA está só. E sentir, ouvir e olhar para Deus é muito mais complexo do que se pode pensar... Mas basta algumas doses de amor, honestidade, fé, esperança e tudo o que há de bom para saber quem é Ele. Ninguém é cem por cento puro, mas sem dedicação e sabedoria do que deve ser feito em nossas vidas para seguir ao Pai jamais conseguiremos atingir essa meta. É como diz: "Não existe fé sem obras." Mas ao contrário também não. Então pra conseguir se prostrar diante Dele, do maior exemplo de paternidade existente, é começar por entender essa frase e colocá-la em prática na vida.