A cena se passa num bar. Ele bebe uísque e ela vinho. Os olhos se encontram, faiscantes; as almas de ambos, escondidas nos olhos, revelando o sentimento, a agonia pela demora do beijo e o próprio. A embriaguez é lenta, e entorpece-os. Aos poucos, as respirações parecem mais abafadas, os corações mais perto um do outro; o silêncio é ensurdecedor, o único barulho ali é o pulsar acelerado dos corações. Mais perto, mais perto, vibram os lábios à espera. De repente... Encostam-se! Ah que quentinho. Roçam-se, trocando palavras secretas, quase que murmuradas. Uma língua sai dos lábios dele à procura dela. Anda, anda. Vasculha nos dentes; os dentes dela mordem a língua dele. Ambos estremecem. As línguas se tocam, se debatem num ritual sem fim. Os sabores ficam em evidência: “VINHUÍSQUE”... Ah! Um único sabor agora... Que bom!
Depois de minutos, separam-se, cansados. Ele e ela se olham, entrelaçam as mãos. Pagam a conta. Saem do bar; e o trajeto do beijo não para só nele.
Ficou muito profissional!
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