Naquele momento as palavras hesitavam em sair. Causava-me calafrios apaixonantes e uma sensação de paz tão grande que não me contive. Comecei a gritar: “Eu vi Deus, estou vendo Deus.” Estava tão extasiado que não sabia como agir – se gritasse, ele se assustaria? Se só olhasse em sinal de reverência seria respeito ou me acharia um mal-educado? Ele era grande, imenso na verdade. Distinguia-O de vários modos. Não, não tinha como explicar. Comecei a analisar cada detalhe. Reparei nas montanhas, nas águas, no céu, nas flores. Reparei nos olhos da criança, pensei em como o frio e o sol poderiam estar juntos. Via e sempre vejo sua beleza tão esplêndida e em coisas que no cotidiano parecem tão simples. Seus olhos a me olhar... Eles brilham tanto. São as milhares de estrelas existentes. Sua criação tão perfeita, cada órgão do corpo e uma complexidade de raciocínio que só o Grande Autor da Existência poderia ter feito tão detalhada e “bonitamente”. Aquilo dentro de mim foi tomando uma proporção tão grande que ardia o peito. Eu me pergunto sempre como será estar lá realmente, face a face com Ele; é um mister de contentamento e mistério. É finalmente um sonho que vai ser realizado, uma promessa que vai ser cumprida. Não vai ter sofrimento, morte. Como dizem: “É só alegria.”
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