Eu esperei horas. Arrumei a casa, perfumei a vida. Coloquei flores na janela, limpei os móveis. Passou 13, 14, 15... Agora são 20:00h e nada. Você não vem, eu deveria saber desde o começo. Aquele olhar esquivo, deveria ter suspeitado; não ter gostado... Poderia me causar espanto, mas não. Aquele sorriso matreiro e gostoso, o certo era ter medo dele... Não atração. Tudo aquilo que é bom demais, que aparentemente é inocente ou não tem defeitos deve gerar desconfiança, não segurança. Sentei no sofá a procura de mim, não me achei. Meus planos entraram em ebulição: evaporaram. Liguei a TV e apareciam casais felizes, outros discutindo... Sabe como é novela. Coisas da vida, meu caro. Imaginei aquela sala com vida, "fazendo amor de madrugada" e assistindo àquele filme de terror num dia frio. Imaginei alguém que discutisse se deveria fazer macarrão ou lasanha no domingo, se o melhor era Flamengo ou Vasco. Imaginei também aquele chocolate gostoso num dia de TPM e tocando a música: "Bleeding Love". O passeio no parque e a versão melosa x romântica da Dama e o Vagabundo: macarrão com almondegas e no final um selinho. Pensei todas essas baboseiras e me veio a palavra VIP na cabeça. Você é VIP de alguém? É o selo de ouro, as cinco estrelinhas da vida de alguém? Foi aí que reparei que eu não passava de uma estrelinha borrada. Parecia que meu céu vivia nublado, me escondendo. Eu criei fantasias e expectativas sobre mim achando que venceria a própria barreira. No fim o que me faltava era a sincronicidade. Peguei o casaco e saí a procura do inesperado, a procura de nada. Foi à toa mesmo. Parei no primeiro bar e pedi ao garçom: "uma dose de felicidade, amor e esperança, por favor."
"É pra já, dona."
Foi então que avistei os mesmos olhos... Os olhos da pessoa que me deixou esperando e eu ainda pedi as tais coisas que ele havia tirado de mim.
A explicação era simples: ele estava trabalhando.
Enfim, colegas. Pensamos N coisas a respeito das pessoas, "paranoiamos", ficamos tristes e amuados quando nada teve a ver e até românticos no sentido correto (lembrando-se da tão amada Literatura Brasileira) por algo que não existia. Criamos ficções tolas. Não faça isso com ninguém, saiba que para ter uma resposta é necessária a pergunta.
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