sábado, 9 de abril de 2011
Memórias
Hoje eu entrei em um estado de contentamento impossível de explicar. Sabe leitores... Talvez isso não tenha mesmo o mínimo de importância ou alteração no sentimento de vocês, mas revivi um momento muito bacana com meu pai. Ah, como eu sentia saudade de nossas idas e vindas de São Paulo no carro ao som de Elis e Tom Jobim, Caetano e até alguns sertanejos raiz que eu não me interessava tanto mas como eram brasileiros, descia. Nós cantávamos (esclarecendo obviamente que somos meros amadores) e conversávamos, chegamos a enfrentar chuvas brabas, uma vez até um "tornadinho" em Indaiatuba... Mas nada me fazia temer, pois quem estava ali? Meu pai. Aquele que me protege, que me faz um bem danado! Quando ainda morava em São Paulo, posso me lembrar de como íamos à padaria e eu sempre pedia meu "pirulito com cestinha"... Daqueles bem antiguinhos, que era delicioso, e é claro, de morango! Lembro de Jarinú, dele sendo jogado na piscina (morre de medo de se afogar e não aprendeu a nadar de jeito nenhum)... Eu ria horrores. Não devo ter falado ainda, aliás, estou meio desnorteada hoje pelo excesso de trabalho, mas é disso que mais gostei. Ele é gráfico. Ensinou-me a intercalar, olhar numeração tipográfica, mexer com relevo de cartãozinho de visitas e a atender telefones (meu "trabalho" mais gostoso na época em que tinha 10 anos). Aquelas tardes em que o ajudava eram mágicas, e só hoje fui ter a capacidade de perceber isso. O principal motivo por escrever este texto é dizer a vocês que (pelo menos no meu caso) levei tempo pra perceber que pequenas coisas fazem tanto a diferença e nos deixam tão felizes - corrijo, alegres (porque felicidade é momentânea), que se não pararmos para refletir sobre, o tempo pode passar e as lembranças passarem nele também, batidas e em "vão". Hoje trabalhamos novamente... Depois de oito anos. Eu fiquei extremamente feliz e pude ver o quanto meu pai gosta daquilo e o quanto isso me fez falta. Apesar de ser um "perrengue" imprimir mais de oitenta mil folhas com urgência e depois intercalar tudo, valeu a pena e faria novamente. Depois que descobri a tal doença rara do meu pai, passei a respeitá-lo e admirá-lo ainda muito mais! Quero passar o máximo de tempo ao lado dele, lembrar sempre de coisas boas. Lembrar que não é só um dia do ano que se tira pra comemorar que ele é meu pai, mas que está ali todos os dias do ano. Que se eu errar, ele vai me estender a mão, se eu cair, ele vai me levantar. Eita pessoa que me dá um orgulho imenso! Eu o amo tanto... Meu maior medo é perdê-lo. O coração fica enrugadinho só de pensar sobre. Peço a Deus que lhe dê muitos anos de vida para que eu possa mostrar a ele que a educação que me deu valeu a pena. Quero que ele me veja entrando na Igreja de vestido branco, quero que veja meus filhos. Quero vê-lo chorar de emoção assim como fez quando ganhei um concurso de desenho na escola e o prêmio de "melhor aluna do ano" (rs). Enfim, desfrutar ao máximo, tudo, enfim. Poder ir à praia e comer espetinho de camarão (nosso preferido). Poder cantar "Águas de Março" ou "Eu sei que vou te amar" e até mesmo "Ciranda cirandinha", mas que seja na presença dele. Espero estar formada daqui alguns anos e dedicar um livro em sua homenagem... Porque haja histórias boas, engraçadas e outras extremamente tristes na vida dele. Portanto é isso. Dedico este texto meio "tenso" e "sonâmbulo" ao meu amado e queridíssimo pai, um exemplo de vida, dedicação, amor e proteção.
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Muito bonito seu texto, acredite no melhor e tudo dará certo. Muitos deixam o tempo passar e não prestam atenção nas pessoas que estão e sempre estarão ao seu lado no momento que mais precisarem. Você é uma pessoa intensa, tenho certeza que seu pai tem muito orgulho da filha que tem. bjs
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